Questão
um - Distinga
regeneração urbana (RU) de reabilitação urbana.
Começo por definir reabilitação
urbana, conceito que me é familiar, uma vez que no âmbito do ensino das “áreas
urbanas: dinâmicas internas”, no 11.º ano, abordamos no final a importância do
planeamento e do ordenamento do território e concretamente da revitalização dos
centros urbanos. Aqui surgem os vários “re” que habitualmente confundem os
nossos alunos, surgindo a “Reabilitação urbana - como um processo de intervenção
em áreas degradadas que inclui a conservação, o restauro, a reforma ou a
ampliação e a transformação, a reconstrução e a renovação de um edifício ou
conjunto edificado, dotando-o de melhores condições de habitabilidade ou
utilização e mantendo o estatuto dos residentes e os usos das atividades aí
instaladas” (Arinda Rodrigues…, texto editora, p.120). Confesso que são muitos
os “Re” que associamos às cidades e que pedimos aos alunos que conheçam o seu
significado: reabilitação, revitalização, requalificação, renovação, mas
o conceito de regeneração urbana, apesar de já o conhecer nunca o
apliquei em contexto de sala de aula, pois não tenho um conhecimento científico
aprofundado do mesmo. Segundo o Luís, “não é um conceito novo é uma forma de
pensar e produzir espaço urbano”. No artigo refere que a regeneração urbana encerra
em si mesma a ideia de transformação urbana, independentemente do seu grau ou
intensidade, e grau de melhorias que possa transpor na e para a qualidade de
vida urbana.
Entendi ainda melhor o conceito com
esta definição que nos apresenta no já referido artigo - “Dessa forma, a RU
surge essencialmente como tentativa deliberada de contrariar as forças e os
fatores que numa determinada conjuntura são a causa da degeneração urbana
(HALL, 2006; JONES; EVANS, 2008; PACIONE, 2001).”
O conceito de regeneração urbana, é
um processo complexo que tem de ser contextualizado no tempo, no espaço, na
sociedade e nas forças económicas dominantes e que encerra todo e qualquer tipo
de intervenção, como a reabilitação urbana, que de uma forma ou de outra,
produzam mais valias à qualidade de vida urbana.
Questão dois - Mencione três características do
processo de RU.
Três das características da
regeneração urbana (6), são: a abrangência, na medida em que é um processo
que procura resolver simultaneamente vários problemas (ambientais, sociais,
económicos…)da área urbana considerada, integração, na medida em que a
área de intervenção é integrada nas suas diferentes escalas de análise
territorial e sustentabilidade, na medida em que na sua abordagem deve
ter em conta critérios de sustentabilidade ambiental, económica/financeira e
social, que não comprometam esse espaço (a degeneração urbana, penso eu) no
futuro.
Questão três - Justifique a afirmação: "A
regeneração urbana é, muitas vezes, um eufemismo da gentrificação".
Se o eufemismo é uma figura de estilo
que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma dada expressão, parece-me ter
de aceitar, de acordo com as ideias lidas e apreendidas do artigo do luís e,
sem ter aprofundado a visão de outros autores sobre a matéria que sim, "A regeneração urbana é, muitas vezes, um
eufemismo da gentrificação". Ou seja, todo o processo de abordagem da
regeneração urbana, encerra em si mesmo toda uma ideologia subjacente, o tal
padrão (que pode parecer aleatório) que passa a ser valorizado, na produção
temporal e espacial dos acontecimentos urbanos, mas que não deixa de ser um
produto social, decorrente de vários fatores (mercado imobiliário, processos
especulativos, investimentos exteriores, legislação, parcerias público-privadas,
etc…). Aquilo que deveria ser um processo de política de cidades de e para os
urbanos residentes, com a consequente melhoria da qualidade de vida, transformou-se
num conjunto de ações de deslocações de residentes, população pobre, idosa e
imigrante, hegemonização nos bairros históricos de Lisboa. Assim, o que parece
não é… o processo de gentrificação parece ser muito eficaz naquilo que são os
processos de regeneração urbana, mas a agressividade na abordagem compromete
todo o processo que se dirige essencialmente a dinâmicas de mercado (ações de
financiamento pouco claro e especulação do mercado) e não para as dinâmicas
sociais de apoio aos mais vulneráveis.