Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)

 
Fotografia de Helena Magro
Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Helena Magro - Quinta, 14 de Outubro de 2021 às 18:28
 

Boa tarde,

Por favor leiam o texto "regeneração urbana" e respondam, de forma sintética, às seguintes questões:

1- Distinga regeneração urbana (RU) de reabilitação urbana.

2- Mencione três características do processo de RU.

3- Justifique a afirmação: "A regeneração urbana é, muitas vezes, um eufemismo da gentrificação".

Por favor,  agradecemos que todos participem no Fórum



Fotografia de André Sousa
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por André Sousa - Sexta, 19 de Novembro de 2021 às 23:02
 

Em anexo remeto as respostas à 1ª sessão assíncrona. 

Fotografia de Sónia Carvalho
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Sónia Carvalho - Sábado, 20 de Novembro de 2021 às 00:21
 

Boa noite,

Seguem em anexo as minhas respostas às questões do Fórum 1.

Sónia Carvalho.

Fotografia de Isabel Maria Dias
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Isabel Maria Dias - Sábado, 20 de Novembro de 2021 às 00:21
 

Fórum 1 - Isabel Dias

Fotografia de José Manuel Pinto Sousa
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por José Manuel Pinto Sousa - Sábado, 20 de Novembro de 2021 às 09:15
 

Formando – José Manuel Pinto Sousa

 

Por favor leiam o texto "regeneração urbana" e respondam, de forma sintética, às seguintes questões:

 

1- Distinga regeneração urbana (RU) de reabilitação urbana.

Depois de lido, relido, sublinhando ideias chave sistematizar a informação, incluída no belíssimo texto do formador, Luís Mendes, “A regeneração urbana na política de cidades: inflexão entre o fordismo e o pós-fordismo”, chegou a altura de apresentar as nossas ideias, de modo a responder à questão solicitada.

Tendo em conta as ideias do autor em apreço, mais importante do que definir “regeneração urbana” será, em primeiro lugar, entender as circunstâncias em que se produzem melhorias (improvements) num determinado espaço urbano. Ideias como “desenvolvimento funcional” e “autoestima de um território” quando analisado no escalonamento vertical, hierárquico, servem para enquadrar o conceito, em especial depois de se ter assistido a algum tipo de “declínio”, funcional ou outro, diremos nós.

Está intimamente associada à ideia de “regeneração urbana” a evidente “degeneração” da mesma. Aliás, não fosse a segunda não estaríamos preocupados em encontrar o seu oposto. Degenerar, alterar, modificar-se pela negativa, serão sempre modos de escrever a necessidade de imprimir mudança. Hoje, em especial no chamado “Velho Continente”, as cidades, entendidas como algo de orgânico, são chamadas à sua necessária regeneração. Não fosse a existência da sangrenta e destruidora Segunda Guerra Mundial e ainda teríamos uma visão maior importância acerca dos conceitos que agora se analisam. Não temos dúvidas acerca do que aqui se escreve. Aliás, todo o caminho percorrido até se chegar a este conceito, nos dias que correm, é disso uma prova evidente. Luís Mendes, no seu artigo, apresentam um Quadro muito interessante e facilitador dos entendimentos, intitulado “A evolução da regeneração urbana por década e tipo de políticas”. Está na página 39.

Abreviando, pois a nossa vontade seria prosseguir e desbravar conhecimento, como dizíamos, sumariamente poderemos apontar a noção como regeneração urbana como um processo de transformação, por implícita degeneração do que existe, ao nível socioeconómico, promovendo a sua sustentabilidade através da inserção de novas interações funcionais, modernização do tecido urbano, melhoria do ambiente urbano e, como resultado da transformação implícita, como que de revitalização se tratasse, a alteração, por diversificação, da estrutura social emergente. Ainda a tempo de chamar à liça todas as alterações que se operarão resultantes da neutralidade carbónica, as novas formas de mobilidade urbana, o aparecimento de nichos culturais e a inevitabilidade da atração urbana por classes sociais de maiores rendimentos, em tudo facilitadores da gentrificação.

Por outro lado, surge-nos a ideia de reabilitação urbana. Trata-se pois de um “processo de transformação urbana, compreendendo a execução de obras de conservação, recuperação e readaptação de edifícios e de espaços urbanos, com o objetivo de melhorar as suas condições de uso e habitabilidade, conservando, porém, o seu esquema estrutural básico e o aspecto exterior original”, conforme podemos verificar no texto que estamos a acompanhar e original da Direção Geral de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU).

Como se compreende, as diferenças entre estes dois conceitos que se analisam são “gigantes”, bastando para isso referir que a reabilitação urbana será uma espécie de “parente pobre” da própria regeneração urbana. Falta vida, falta-lhe dar um passo para um para um patamar superior e assim atingir esse desiderato.

Também nos socorremos da definição inscrita no Glossário de Desenvolvimento Territorial, página 28, para perceber que aqui se “visa principalmente regenerar e conservar o património edificado ou o ambiente urbano, incluindo os seus ecossistemas. Para além da recuperação dos edifícios históricos e de paisagens urbanas, estas atividades incluem ainda a modernização e melhoria de equipamentos e o respeito pelas normas e regras ambientais e de segurança”.

Assim, fica claro que esta reabilitação urbana fica aquém da ideia implícita na regeneração urbana, principalmente por não abarcar a gentrificação que hoje se entende como uma ideia cada vez mais coesa e eficaz na percepção das realidades socioeconómicas, em especial da estrutura social emergente e não tanto associados a problemas específicos de grupos que são “socioespacialmente marginalizados” ou mesmo “segregados”. É também uma simples “recuperação do edificado” e de “espaços públicos. Ainda uma última característica remete para “ações mais abrangentes de revitalização social e económica”. Relacionado com o conceito de reabilitação surge o conceito de requalificação/readaptação urbana com clara alteração da função primitiva do espaço.

Em síntese poderemos afirmar que a Renovação Urbana implica uma “limpeza”, isto é, a substituição do enquadramento urbano conhecido por um novo padrão urbano. Por sua vez, a Reabilitação Urbana tem implícita uma readaptação urbana, apresentando um novo esquema conceptual sem alcançar a dinâmica do conceito de RU.

2- Mencione três características do processo de RU.

Não se pretendendo efetuar uma análise exaustiva do excelente momento intelectual trazido até nós pelo formador Luís Mendes no seu texto, temos a resposta a esta questão. Das seis características apresentadas que são “simultaneamente teóricas e metodológicas” escolhemos as que se seguem:

- a abrangência; - a integração; - a flexibilidade.

Estas e as restantes características da RU estão bem explanadas no artigo, na página 37, que nos incita à leitura. Para respeitar o “menciona” da questão, ficamos por aqui.

3- Justifique a afirmação: "A regeneração urbana é, muitas vezes, um eufemismo da gentrificação".

O dicionário online Priberam define eufemismo como “uma figura de estilo com que se disfarçam as ideias desagradáveis por meio de expressões mais suaves”.

No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “eufemismo” é definido como: “palavra, locução ou acepção mais agradável, de que se lança mão para suavizar ou minimizar o peso conotador de outra palavra, locução ou acepção menos agradável, mais grosseira ou menos tabuística”.

Vejamos. Afirmar que RU é um “eufemismo” de Gentrificação Urbana é colocar numa posição subalterna a própria gentrificação, põe em causa os estudos feitos, a capacidade de criar um novo esquema conceptual e ainda dizer que se suaviza algo de negativo. Assim, entendo que a gentrificação não é mais do que uma avaliação efetuada no contexto académico de uma realidade vigente em muitas cidades. É pois a apropriação de uma realidade crescente, não se tratando de uma forma de classificar como algo “positivo” ou “negativo” mas sim apenas classificar uma realidade à qual não podemos fugir. É, pois, um abrir de consciências para uma nova veracidade existente no espaço urbano. É, ainda, um processo pelo qual, para quem pretende estudar as novas dinâmicas da(s) realidade(s) urbanas relativamente recentes, e se apropria para ajudar a interpretar o que se observa. No fundo é fazer ciência, é criar um esquema de ideias próprias e com indicações plenas acerca de realidades e não, pelo contrário, inventando ou fantasiando a realidade.

A Gentrificação Urbana é pois um novo conceito, com espaço próprio, dinâmico, apresentando os novos factos de uma forma crítica, simples que não simplificada, e, acima de tudo, através de uma percepção das realidades crescentes do mundo dos “re”, conforme Luís Mendes nos brinda, dando um passo em frente nesta nova forma de enquadrar as dinâmicas existentes. Não fecha a porta, é um conceito dinâmico que sistematiza, classifica e nos impele para o estudo de uma nova realidade.

Através da gentrificação percebemos que existe uma reorganização do espaço urbano, um reagrupamento espacial dos indivíduos com estilos de vida e características culturais similares. O caso da “estudantização” é um exemplo acabado do que se afirma. Falamos ainda de uma “estetização” da vida social. Só por aqui, se comprova o mundo que nos abre e impele para novas perspectivas de análise e nunca, por nunca, negativas.

Mas poderemos adiantar mais, de modo a reforçar a nossa análise. Através das referências a este “novo” conceito, falamos de uma transformação do ambiente construído e da paisagem urbana com a criação de novos serviços e uma requalificação residencial que prevê melhorias arquitetónicas. Será isto negativo?

Concluo, afirmando que não farei parte do grupo de contestatários da gentrificação urbana, pois entendo que ajuda a perceber a problemática da definição conceptual da regeneração urbana, com espaço próprio e capaz de nos incentivar ao aprofundamento do que aqui se diz, por se tratar de uma ideia que nos ilumina o caminho.

Muito obrigado.


Fotografia de Elisabete Lima
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Elisabete Lima - Sábado, 20 de Novembro de 2021 às 18:04
 

Boa tarde, 

Envio em anexo o trabalho solicitado.

Obrigada

Elisabete Lima

Fotografia de Maria Inês Botica
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Maria Inês Botica - Sexta, 26 de Novembro de 2021 às 17:01
 

Em anexo remeto as respostas ao fórum 1.

Fotografia de Mariana Albergaria
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Mariana Albergaria - Sábado, 27 de Novembro de 2021 às 10:18
 

Fórum 1- Mariana Albergaria

Fotografia de Paula Ferreira
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Paula Ferreira - Quarta, 1 de Dezembro de 2021 às 18:51
 

Paula Raquel

Fotografia de Nuno Rocha
Re: Fórum 1 - Regeneração Urbana (1ª semana assíncrona)
por Nuno Rocha - Sábado, 11 de Dezembro de 2021 às 15:14
 

 Fórum 1 - Regeneração Urbana